quarta-feira, 12 de julho de 2017

E talvez eu tenha tempo pra ir pra casa.
Aí eu vou poder me ensinar as coisas que eu sei e que me esqueço
Me esqueço porque s cirscunstâncias não colaboram mas não devo deixar-me esquecer disso, pois isso sou eu, isso é o que sou. E quando eu acordar amanhã eu preciso me lembrar que pensei isso hoje para não me esquecer de novo. Porque amanhã as circunstâncias talvez também não colaborem e depois de amanhã as cirscuntâncias podem também não colaborar. Mas não quero esquecer que tudo pode acontecer bem mesmo que demore, mesmo que pareça não sair do lugar. Porque tudo gira. Porque tudo vai continuar girando. E girando.
E é isso.
É isso o que sinto.

É isso que tenho sentido.

domingo, 2 de julho de 2017

Era magia que tinha. Eu tinha a sensação de que sairiam estrelinhas, pó mágico, e até asas daquele amor(era ou não era o que devia ser). Aí eu acordava, acordava e dormia sorrindo. Sorrindo igual idiota lembrando da minha imagem com você no espelho. Era mágico fazer qualquer coisa com você. Os planos, os sonhos, e até o ciúme que eu tava aprendendo a ter(e a esconder). Eu me lembro de fechar o olho e ver você, brilhando, era só assim que eu conseguia te ver... rodeada de luzinhas, pisca pisca, e com uma lua atrás de você. E aí eu pensava: " na verdade a gente não tem nada. Mas a gente sabe que a gente tem".  tinha tudo. 
tinha magia. 
tinha um mundo só nosso, onde só a gente vivia. Onde ali, tudo se esquecia. Os problemas, os medos, os anseios e o futuro. -Era do futuro que a gente tinha medo. 
 
E eu te falava pra não ter, quando eu tava tremendo na base de medo. Mas eu queria te manter guardada e protegida numa caixinha. Coisas invisíveis que só eu via. 
E eu que sempre amei dormir sozinha, ir embora depois do sexo... dormia completamente entrelaçada com você. 
Tudo se consertava quando a gente dormia. 
O colo que só tinha ali. O jeito que eu sentia você. A respiração compartilhada, o suor e o frio que você sentia na madrugada. Eu tinha vontade de me colar em você e não sair mais. Era perturbador toda aquela turbulência de vontade da sua presença.  Era tudo nosso. Naquele momento, o mundo era nosso. Era o nosso mundo. O que a gente queria viver. Isso era tudo o que parecia. Era tudo o que eu acreditava que seria. Tudo o que eu acreditava que era, o que eu acreditava que fosse. 
Os meus olhos viravam câmera. Viravam direção de fotografia, sabe aqueles que em tudo vê poesia? Tinha vontade de te gravar, de gravar sua cor, seu som, seu gosto, e se pudesse... o seu perfume. Eu queria gritar. Queria gritar sorrisos. Queria te gritar. E você ia se carimbando cada dia que passava. Cada dia que passava era uma nova carimbada. E até dos seus defeitos eu gostava. 
A cor do céu foi mudando. A sua cor também. E até o jeito como você deitava na cama. O jeito como falava. O jeito como me escutava. Tudo foi se misturando no seu mundo porque você deixava, deixou outros mundos contaminarem o mundo que era o nosso mundo. O meu permanecia intacto. Eu, aqui, agora, ando me revirando pra fugir de você. Fugir dessa magia que hora ou outra parece mentira. A magia que eu sinto e não posso contar quando a minha mãe pergunta o que me acontece, porque que eu tô esquisita, porque que eu tô sem brilho. Agora eu entendo que eu tava brilhando você. 

Eu não precisava te pedir nada, muito menos te impedir de fazer o que quisesse fazer. Eu tava ali inteira e existia a confiança mentalmente esquisita de que você fazia o mesmo. O amor é isso, respeitar o mundo do outro mesmo que ele seja o seu. Foi isso que eu fiz com você. Deixei espaços para que você preenchesse como quisesse, e você preencheu. 

São corações partidos. Magoa. Lágrimas. Distância. E o acabou. Agora acabou. Acaba o amor. Acabou toda cor e todo teletransporte pra galáxia que mora em você. 
Como diz você, o ódio. 
Os meus olhos explodem. Explodem nitidamente todos os teus sentidos. Explodem essa dor que me esmaga. Explodem o que você chama de ódio mas que é uma desintoxicação pesada, duradoura, de tudo. Desse mundo aí em cima, desse mundo rasgado, esbagaçado, desnorteado, perdido que foi o que ele se tornou. 

Que chuva do caralho... eu contei. Faz exatamente 7 horas que eu tento dormir sem conseguir. Dessa vez porque eu vi você, deve ser. Mais uma das noites que eu perco e você sabe bem porquê. 

- que cê faz desse jeito, vidrada, sem conseguir dormir? 

Coloquei agora um bando de palavras jogadas, sentidas uma por uma, algumas são lindas e não sei bem o porquê que o silêncio resolveu se romper, resolvi escrever um texto imenso pra você. Também não sei porquê. 

terça-feira, 2 de maio de 2017

Eu acho que tem
Um jeito só dela
Um sorriso no canto da boca
os olhinhos piscando
E a sainha frouxa
É ela, menina
Tão linda

Eu acho que tem
Um andar só dela
Vou no beco com ela
Enquanto ela se desmancha
E tira a roupa toda
É ela, menina
Tão linda

Eu acho que tem
Um beijo só dela
Sua língua torta de força
Seu corpo todo perdido, enlouquecido
 Faz perder-me nela
É ela, menina

Tão linda
Me sinto perdida. Sinto como sendo levada por um fluxo constante de perguntas sem respostas, de dúvidas que jamais serão respondidas ou compreendidas por mim. Minha cabeça dá voltas e voltas em torno de pensamentos que ultrapassam qualquer coisa que seja racional. Parece uma órbita circular que gira dentro de mim exaltando palavras, sentimentos, pensamentos e dando de cara com a razão.

Me pergunto se em algum momento eu vou saber o que fazer, qual caminho seguir ou se ao menos vou conseguir ter uma certeza do que existe dentro. Às vezes vejo que não me conheço bem o suficiente para saber, e vivo sempre me surpreendendo com a minha capacidade de me surpreender. Sou levada pelo instinto, já passei da fase de fingir qualquer sentimento que não seja o meu.
Penso que minha vida poderia ser outra, se minhas escolhas fossem outras escolhas, se as pessoas que convivo fossem outras pessoas e os lugares que eu frequentasse fossem outros lugares.
Eu entendo que tudo é fruto das nossas próprias decisões e não me arrependo de nenhuma delas apesar de muitas terem sido terrivelmente mal escolhidas, mas era exatamente o caminho que eu precisava percorrer para entender.
Imagino a vida como um círculo infindável de começos, fins e recomeços; e não sei o que seria da vida se não fossem os recomeços e os nossos vários amores, os vários amores que encontramos por aí, são eles que nos ajudam a pular de um andar para o outro sem se jogar, porque a cada fim é de verdade a primeira vontade que dá.
Quando falo em amores, não falo só das paixões, falo das nossas vontades, dos desejos que passamos a ter, daqueles que deixamos para trás também e das mudanças, mesmo aquelas que mais tememos.
A mudança é o que mais me dá medo, ela é assustadoramente bonita e frágil. É bonita porque me fez conhecer o que eu não conhecia, mas a fragilidade da mudança existe e não dá para descartar, a mudança traz para junto de si um bando de dúvidas e de confusões.
E por isso sou um ser em eterna construção- transformação - desconstrução e não sei mais o quê.
E sim, talvez eu não queira mesmo saber. Talvez eu queira fugir mais uma vez. Talvez eu não saiba como lidar, talvez eu só não queira enfrentar, talvez eu só quisesse me esconder.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Eu quero, eu posso, eu consigo.
Eu acredito, acredito no futuro, quero continuar acreditando e pensando positivo mesmo que o mundo não me diga isso, mesmo que ele insista em me dizer o contrário, mesmo que o mundo insista em me colocar pra baixo.
Os dias vem e vão, tudo parece que vai desmoronar mas não vai e eu preciso acreditar que não vai.
Preciso gritar, preciso me carregar de energias boas mas nem sempre a minha energia é boa  e isso me afasta das pessoas.
às vezes eu quero todo mundo, às vezes eu não quero ninguém... nem a mim.
Mas eu preciso me querer para querer alguém, e esse alguém é tão difícil que parece impossível de se querer.
Meus sentimentos me enganam e lá vem as emoções como resultado dos meus próprios sentimentos.
Eu não sei até onde eles são reais e até onde eles são frutos dos meus pensamentos que não são pensados...
Queria poder desvendar os mistérios do mundo, queria poder saber sobre tudo mas eu não sei de nada e a cada dia que passa eu acho que sei alguma coisa, na verdade eu não sei e não sei quando eu vou saber alguma coisa... acho que nunca mas não tenho certeza porque nada é certeza, e não ter certezas é uma angustia incessante;
Não quero me sentir angustiada, machucada, então eu sorrio com o coração estraçalhado, marcado de tanta dúvida e intensidade e vontade de saber tudo, esse tudo que não é nada e que jamais vai ser alguma coisa porque a certeza é concreta e a vida é uma incerteza abstrata.

domingo, 22 de janeiro de 2017

despedindo-me de 2016 atrasada

Resumindo 2016 foi o caos.
Nunca imaginei que sairia viva dessa, e aqui estou, mais firme e mais forte do que nunca.
Foi um ano emocionalmente e psicologicamente decepcionante, quantas perdas que não foram apenas minhas.
Por dias acordei com uma dor imensurável no peito a ponto de não me deixar respirar, e obviamente ainda prevalece, mas tentamos lutar contra e aprender a conviver.
Conheci e tive o prazer de conviver com pessoas incríveis, mas as coisas boas não superam o que aconteceu de ruim, é claro.
Tudo o que quero é continuar aprendendo a não me deixar pesar pelo sufoco, dor e vazio da vida. Quero me deixar iluminar cada vez mais pelo sol e aprender a acordar com esperança todos os dias, pois a vida tem várias possibilidades e somos nós que escolhemos nos amargar e não se permitir sair do vazio, ou se preencher com o que é bonito e doce.
2016 marcou por ser seu último.
Nada vai me tirar a dor e a saudade, ninguém vai preencher o espaço deixado e muito menos fazer esquecê-lo. Eu sei que não e não quero que isso aconteça. Quero guardar tudo que aprendi, pois foi lindo, foi lindo ter o presente de ter um tio tão feliz e leve como foi você, um dos mais puros e humanos seres que conheci. Porque era imperfeito, e foi realmente um ser que viveu e deu tudo que tinha pra dar nessa vida.
Mas bom, tirando o fardo pesado desse ano, ganhei um amadurecimento bizarro.
Escolhas sobre meu caminho e a perseverança nele, nunca imaginei ser capaz de acreditar e em mim e agora acredito.
Foram muitos os riscos que corri, na arte todo dia é um dia, e um dia a menos é sempre menos. Aprendi a não descartar os dias, a não desperdiçar nenhum minuto ou hora do meu dia e a aproveitar, aproveitar para fazer coisas que não sejam passageiras, algo que dure.
Percebo que tenho muito por fazer.
Percebo que preciso respeitar minha vida e minhas vontades.
Aprendi que preciso aprender a dizer não, dizer não é ter coragem para ser sincero e leal consigo mesmo. Isso tem a ver com respeito e não egoísmo. Não se faz nada sem vontade.
aprendi que não temos porque insistir em algo que não funciona e aprendi também que não posso deixar de tentar e principalmente a não me arrepender por tentar.
Quero enxergar além do que quero ver, quero enxergar o que necessito ver.
Quero me experimentar e me entregar para o mundo, quero aceitar o meu vôo e não me lamentar por ele.
aprendi que é preciso se perdoar antes de perdoar alguém. Como viver se culpando? a vida é só uma.

27 dezembro de 2016
milena